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As barragens são importantes estruturas dados os múltiplos fins a que são destinadas, contudo, apresentam inúmeros impactos negativos que se reflectem no próprio lago e nas zonas a jusante. A magnitude destes impactos depende da dimensão da área abrangida sendo, portanto, significativamente superiores nos lagos artificiais de grande dimensão. Dos sedimentos que entram numa albufeira, uma percentagem variável é retida nesta, dependendo a quantidade essencialmente da sua dimensão, volume e forma do leito, da topografia, uso do solo, clima e, também, da natureza das formações geológicas enquadrantes. A natureza geoquímica dos sedimentos acumulados está em estreita ligação com a geologia da bacia de drenagem e com as condições climáticas. De acordo com a sua composição mineralógica, estes materiais poderão funcionar como armadilhas do excesso de nutrientes que diariamente entram nas albufeiras, de pesticidas e de metais potencialmente tóxicos, ou como fontes, podendo libertar estes compostos para a coluna de água, o que muito contribui para a diminuição da sua qualidade, interditando em casos extremos, o seu uso.

Nesta saída iremos visitar duas importantes albufeiras situadas no Alentejo que de comum, apenas têm as condições climáticas: as albufeiras do Alqueva e a do Maranhão. A idade dos empreendimentos, as áreas das bacias de drenagem e das bacias de inundação, e a geologia são muito distintas. Estes factores reflectem-se nas suas diferentes características químicas e taxas de acumulação, e nos consequentes riscos ambientais. Deste modo, a gestão e reabilitação destas duas albufeiras com vista a uma diminuição da quantidade de sedimentos acumulados e a uma melhoria da qualidade de água terão necessariamente que recorrer a estratégias diferenciadas.